sexta-feira, janeiro 05, 2007

Uma declaração

Encontrei, contemplei uma declaração rasgada, perdida em um lugar como esse, escuro e convidativo para apoiar-se nas mãos desconhecidas de um leitor (des)conhecido ou (in)existente. Da colombina para um rosto angelicalmente obscuro:

" suas palavras estão doloridas.
amo e odeio ao mesmo tempo.
acho que tenho saudade dos seus
olhos de ressaca, da sua alegria inconseqüente,
dessa mistura de aromas que você exalava em mim.
aprendi que não se deve mais pensar em nada,
nem no dia, nem na noite, nem na pessoa
que foi partida ao meio.
não sei se aprendi na verdade.
pára de pensar cabeça.
pára de maquinar.
me deixa dormir."


Munch

Nenhum comentário: