quarta-feira, agosto 01, 2007

Tu não te moves de ti

" Prá onde vão os trens, meu pai?
Para Mahal Tami, Cam rí, espaços no mapa, e depois o pai ria:
também prá lugar algum meu filho, tu podes ir e ainda que se
mova o trem tu não te moves de ti. " (Tu não te moves de ti - Hilda Hilst)

Esse trecho era cantarolado como um mantra na peça Matamoros [da fantasia]
em cartaz no CCBB, com um ótimo elenco como Luiz Päetow num papel que lhe cai muito bem, Maria Alice Vergueiro, entre outras e que termina no próximo domingo dia 05/08.
A peça faz reflexões bem bacanas com um texto muito bonito de Hilda Hilst que faz parte da chamada vertente transgressiva de Hilda, trata-se de um conto dentro do livro Tu não te moves de ti, aqui deixo algumas impressões.
Fica minha recomedação num cantinho escuro e desconhecido como esse.
As impressões...

Correr o risco. de ser devorado.

Em uma das passagens, mãe Haiaga faz uma comparação entre pássaros e pessoas, que se forem tratados com carícias e cuidados deixam de querer buscar o infinito.
O Homem [Meu] faz reflexões interessantes sobre Deus e o Diabo: quando nos aproximamos do segundo ele quer logo que esqueçamos da nossa alma, e quando nos aproximamos de Deus ele quer logo que esqueçamos do nosso corpo, da nossa carne.
Como conciliar ambos?
"Apenas três noites de amor com seu pai. Filha, só três noites de amor."
"Vocês estão achando tudo isso putaria ou metafísica, não é. Obsceno. O que foi que eu disse? Obsceno. As palavras dão muito peso às coisas." [e pára de falar]

" Um poema
não se explica
É como um soco
E se for perfeito
te alimenta para
toda a vida "

[Hilda Hilst]

Um comentário:

Lis Bella disse...

Hilda é de mais!
Eu quero ir neste espetaculo
bjus azuis pra vc