segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Um pílula, outro não

Mas eu tenho pena mesmo
é de Lia Maria
Cujo relógio do tempo
assim como o peito
Andam descompassados


Eu me chicoteio num dia nem tão frio assim
Um cigarro é tudo o que eu tenho. E uma música triste no rádio.
Lá fora as folhas balançando, folhas amarelas prontas a se despedaçar.
Só uma janela, uma janela me separa das folhas e da fumaça do cigarro
misturada a do incenso vagabundo dançando pelo ambiente e que, no
fundo, são bem mais livres do que eu.
Só quero sair, dar uma volta lá fora.. Mas que diabos!
Porque não vê sentido em nada do que faz?
Até quando? Até quando vai se enganar? Até quando esse
vazio todo irá me corroer.
As folhas balançam mais fortes.
Algo grita, não são as crianças lá fora.
Até onde vai isso, meu Deus?
Quando vai perceber que não há nem nunca vai haver lugar.
Fica sempre repetindo as coisas pra você mesma acreditar na sua vida de mentira,
que não pode enfrentar sem se doer toda.
Uma errante, fútil, egoísta... Egocêntrica de consciência pesada.

Um comentário:

Rubis disse...

"Quando vai perceber que não há nem nunca vai haver lugar.
Fica sempre repetindo as coisas pra você mesma acreditar na sua vida de mentira"
Mas se não hoje, quando? Se não eu e você, então quem? Só coneço essas possibilidades, tudo o que excede esse tempo/espaço com essas pessoas me é totalmente estranho...