sexta-feira, outubro 13, 2006

Fluxo de Consciência

Em estado de eterna incompreensão
sentava em sua poltrona vermelha desbotada pelo
atrito dos anos que não vieram
Refletia
O espelho também refletia
Perguntava se os olhos estariam vazios
E alucinava sobre o espírito envelhecido
Medo
Incapacidade
Sem anseios ou recusas
Não havia revolta
apenas estranheza
Descolamento, o não pertencer que anula
Incompreensão diante da neutralidade
absolutamente vazia e estúpida
Eu sei que você luta
mas tenho medo que um dia você cesse
tenho medo daquele semblante
em esgotamento - um
dia lhe disseram.
E como há muito tempo não,
viu-se em lágrimas
O caos tornou-se razão
E soube que recusa metades
e sabe que quem teme o mar não vai à praia
E mais do que isso
tem certeza de que não teme o mar
é para ele uma oferenda
pronta a ser engolida
E os pés sempre descalços..

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