sexta-feira, outubro 05, 2007

Eis o melhor e o pior, sem maniqueísmos necessariamente

Era uma daquelas pessoas que não se pode entender ou desvendar o que pensa.
Vez por outra, quando era atingida, costumava silenciar as evidências.
Quase nunca se deixava cair pelo impacto do tiro certeiro, dessa forma, continuava
caminhando. Tomava o cuidado apenas de mudar de roupa, livrando-se assim das
marcas inerentes ao tiro.
Repetia esta ação incansavelmente quando sujeita à condição de vítima.
Com o tempo, as fissuras ignoradas levaram ao estado de apodrecimento.



" Eu vivi uma vida terrível, a maior parte da qual jamais aconteceu." (Mark Twain)


Sobre o poeta escaleno que gosta do Nada:
"É nos desvios que estão as surpresas" (inspirado em um poema de Manuel de Barros)

Um comentário:

marcos disse...

se eu fosse ela, tirava a roupa e me punha no sol a tarde inteira.
Para atingir o estado de desapodrecimento.

[Talvez tirar a venda dos olhos do atirador tornasse possível que ele refletisse antes de atirar (sem contar que às vezes é mais fácil acertar o invisível sem querer que o que está às claras)... :]