sexta-feira, dezembro 29, 2006

O que foi e o que pretende ser?

Tantas, tantas coisas..
Complexidades, crescimentos..
nascimentos, rompimentos.
janeiros suspensos
"Não quero medir a altura do tombo"
em cada surto lágrimas contidas...descasei, joguei..
Desisti.
A descoberta de sentido.
Insisti.
Viagens, sempre viagens por mim mesma, pelos outros
pela busca do Eu, do Outro..
Intermédio.
Revoltas, revoluções não televisionadas, sequer anunciadas..
Risadas disparadas, abraços compartilhados, bons fluidos, experiências divididas, esperanças desconhecidas..
Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores..
Eu inteira, intensa, descalça entrando em mares nunca antes navegados
pra o que der e vier transbordando sorrisos..
Ao lado de pessoas extraordinárias!

E que 2007, Ano das Transformações, venha transmutando o que precisa ser mudado.
Eu permaneço na busca do desconcertante, do despudorado,
porque a vida não pede licença.
E mais uma vez: (para os que gostam) sou mais um barquinho de papel lançado no mar em forma de oferenda.
Na deriva desconcertante com quem não quero deixar de acompanhar,
rogo para que minha presença possa seguir imutável nesse ano de mudanças.


Contos esquecidos (numa gaveta distante)

Um texto

Agarrou com uma tal força que não permitia que
ela se desvenciliasse
segurava com força seu corpo
apertava contra ele o corpo
frágil de menina moça pedindo
para ser devorada.
ela só queria conversar
ele queria alguém para
satisfazer-lhe
sem ter que pagar por isso
utilizou seus serviços como se fosse
um direito
não pedia
forçava
ela não soube o que fazer
sua força fisica era capaz de calà-la
ela só queria conversar
então fechou o ziper de seu jeans de festa
ela confusa
usada
puta
sem ser paga
nada lhe restava
a não ser arrumar os cabelos
limpar
em vão
as marcas de batom
borrado.


do filme Amores Brutos de Alejandro González

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